Today, I feel like writing.
Like someone who designs a project with his own tears, or like someone who digests a plan with his own blood, I write like someone who undress my soul of my own flesh. There isn't, however, a purpose: there isn't a dramatic trick, a romantic climax, or a fantastic plot. I write to kill the desire that kills me inside, that bitters my heart, that moves my feet, that cools my sweat down. I write for the love of writing.
I write like I could not stop myself from consuming myself. Full of myself, I write so I can empty my soul again. I write with a skeptical determination that to write is to be free. But I write as someone who builds its own prison, word by word, in this cage of my own empty desire to write.
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Hoje me deu vontade de escrever.
Como quem elabora um projeto com suas lágrimas ou como quem metaboliza um plano com seu próprio sangue, escrevo como quem desnuda a alma com sua própria carne. Não há, no entanto, nenhum propósito: não há um floreio literário, uma técnica romântica ou uma descrição fantástica. Escrevo para matar o desejo que me consome por dentro, que amarga o coração, que inquieta os pés, que esfria meu suor. Escrevo, pura e simplesmente, pelo meu próprio prazer de escrever.
Escrevo como quem não consegue calar-se de si mesmo. Cheio de si, escrevo para esvaziar-me um pouco de mim mesmo. Escrevo com a determinação cética que escrever liberta. Mas escrevo como quem constrói sua própria prisão, palavra por palavra, na cela do vazio objetivo do que escrevo.