quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

canção do cansaço

Nos dias de antes
Havia uma luz
Dentro de mim
Sozinha mas não só

Nos dias de antes
Havia uma luz
Dentro de mim
Em queda, avante

Nos dias de antes
Havia uma luz dentro de mim
A dor, calmante
Distante

Nos dias de agora
O fogo apagou
Não se reina no reino o amor



domingo, 13 de novembro de 2022

To be free

Sometimes, I'd like to be alone.

I wake up in the morning and go about with my day.

The same old jokes, the same old faces.

Sometimes, I'd like to be alone to be myself.

I put on my pyjamas and go to bed.

The same old pillow, the same old dreams.

Sometimes, I'd like to be alone.

I look myself up in the mirror.

The same old eyes, the same old wrinkles.

Sometimes, I'd like to be alone.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

OCD

It's as if I'm scared
It's as if I'm terrified
It's as if I'm scared
It's as if I'm playing with fire
Scared
It's as if I'm terrified
Are you scared?
Are we playing with fire?

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Determinação.

Today, I feel like writing.

Like someone who designs a project with his own tears, or like someone who digests a plan with his own blood, I write like someone who undress my soul of my own flesh. There isn't, however, a purpose: there isn't a dramatic trick, a romantic climax, or a fantastic plot. I write to kill the desire that kills me inside, that bitters my heart, that moves my feet, that cools my sweat down. I write for the love of writing.

I write like I could not stop myself from consuming myself. Full of myself, I write so I can empty my soul again. I write with a skeptical determination that to write is to be free. But I write as someone who builds its own prison, word by word, in this cage of my own empty desire to write.

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Hoje me deu vontade de escrever.

 Como quem elabora um projeto com suas lágrimas ou como quem metaboliza um plano com seu próprio sangue, escrevo como quem desnuda a alma com sua própria carne. Não há, no entanto, nenhum propósito: não há um floreio literário, uma técnica romântica ou uma descrição fantástica. Escrevo para matar o desejo que me consome por dentro, que amarga o coração, que inquieta os pés, que esfria meu suor. Escrevo, pura e simplesmente, pelo meu próprio prazer de escrever.

 Escrevo como quem não consegue calar-se de si mesmo. Cheio de si, escrevo para esvaziar-me um pouco de mim mesmo. Escrevo com a determinação cética que escrever liberta. Mas escrevo como quem constrói sua própria prisão, palavra por palavra, na cela do vazio objetivo do que escrevo.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Nade sozinho

A vida é como uma piscina.

Quando te jogam para dentro dela, muitas vezes você está usando bóias nos seus braços gordinhos, na sua cintura rechonchuda e sempre tem alguém por perto.

Até que um dia tiram sua bóia da cintura e você percebe que para respirar vai ter que bater as perninhas. Mas tudo bem, porque você não está sozinho. E então tiram sua boias dos bracinhos e você percebe que se não coordenar os membros pode muito bem se afogar no meio de tanta água. Mas tudo, você não está sozinho.

Até que você olha para aquela imensidão azul, aquele corpo de água tão maior de te engolir e você pensa "tudo bem, você não está sozinho". Mas, então, como um raio que cai, como um flash que estala, você percebe que você sempre esteve sozinho. A vida continua.

Nade sozinho

A vida é como uma piscina.

Quando te jogam para dentro dela, muitas vezes você está usando bóias nos seus braços gordinhos, na sua cintura rechonchuda e sempre tem alguém por perto.

Até que um dia tiram sua bóia da cintura e você percebe que para respirar vai ter que bater as perninhas. Mas tudo bem, porque você não está sozinho. E então tiram sua boias dos bracinhos e você percebe que se não coordenar os membros pode muito bem se afogar no meio de tanta água. Mas tudo, você não está sozinho.

Até que você olha para aquela imensidão azul, aquele corpo de água tão maior que vocês, prestes a te engolir e você pensa "tudo bem, você não está sozinho".

Mas, então, como um raio que cai, como um flash que estala, você percebe que você sempre esteve sozinho. Apavorado, tudo mudou. Menos a piscina.

A vida continua.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Apátrida

Eu gostaria de escrever sobre a sensação de não pertencer, mas escrevo e apago as palavras como se não pertencer fosse muito difícil de admitir.

Os parágrafos surgem, mas logo se vão. Eles não pertencem. 
Os pensamentos nascem, mas logo morrem. Eles não pertencem.
As palavras são escritas, mas logo se apagam. Elas não pertencem.


Eu existo, mas logo me calo. Eu também não pertenço.